Pular para o conteúdo
Início » Pior momento da pandemia: 7 fatos da fase mais aguda da Covid-19

Pior momento da pandemia: 7 fatos da fase mais aguda da Covid-19

    pior momento da pandemia de covid-19: Brasil

    Infelizmente, estamos vivendo o pior momento da pandemia de Covid-19, com a 2º onda do novo coronavírus atingindo com força o Brasil. Isto porque, com o rápido avanço da doença, atribuído ao surgimento das novas variantes do novo coronavírus, bem como à queda nos índices de isolamento social, fez com que muitos estados anunciassem estado de emergência, devido aos leitos de UTIs estarem lotados em sua capacidade máxima.

    Os números preocupantes e as políticas emergenciais que foram anunciadas nos últimos dias só comprovam a necessidade urgente de reforçar o combate a Covid-19. 

    Os dados do pior momento da pandemia vão desde o recorde de mortes por Covid-19, registrado na última terça-feira (02/03), até a adoção da fase vermelha do Plano SP, a fase mais restrita do programa de controle da pandemia imposto pelo governo estadual.

    A vista disso, para entender este momento complicado que estamos vivenciando no país, o InfoMoney listou 7 fatos que mostram que este é o pior momento da pandemia de Covid-19. Confira o resumo abaixo;

    1. Recorde de mortes por Covid-19

    De acordo com os dados das secretarias de saúde, colhidos através do consórcio de veículos de imprensa, o Brasil registrou cerca de 1.726 mortes pelo novo coronavírus (Covid-19) na última terça-feira (02/03). Este número atingiu tristemente um recorde desde o início da pandemia. Até o momento, somam-se 257.562 óbitos no país.

    A média móvel das mortes ocorridas nos últimos 7 dias chegou a um total de 1.274 por dia. A média é 23% superior à vista a 14 dias atrás. Quinze estados já vêm apresentando índices altos de óbitos.

    Desde o início da pandemia, já foram confirmados 10.647.845 casos de covid-19. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 55.318 novos diagnósticos por dia, representando um aumento de 22% sobre os casos diariamente registrados duas semanas atrás.

    Nova variante também faz o país atingir o pior momento da pandemia

    Segundo uma análise dos pesquisadores da Fiocruz na Amazônia, cerca de 500 amostras coletadas pelo teste RT-PCR foram colhidas para verificar as variantes do coronavírus. Com isso, foi detectado que, a linhagem P.1, descoberta no Amazonas, tem pelo menos o dobro de carga viral encontrada nas demais linhagens.  

    A diretora-presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC), Natalia Pasternak, que possui pHd em Microbiologia, afirmou que o aparecimento dessa nova variante é devido a incompetência em conter a pandemia do novo coronavírus no Brasil.

    Pasternak explica que: “As mutações são normais e esperadas quando o vírus se multiplica. Quanto mais o vírus se replica pela população, maior a probabilidade de surgirem adaptações ao seu hospedeiro. Essas adaptações são vantagens que tornam o vírus mais transmissível, como é o caso da variante brasileira”. 

    “Falhamos grosseiramente em estabelecer qualquer tipo de coordenação de contenção da pandemia, centralizada pelo governo federal. Não instituímos medidas de prevenção, não fizemos campanha para usar máscara, ficar em casa ou ter uma vacinação segura. Desde o começo, houve uma negação da gravidade da pandemia. A variante apareceu porque a situação não estava indo bem. Agora, temos de tomar ainda mais cuidado e reforçar medidas que não estavam sendo impostas antes”, completa a pesquisadora.

    No sábado (27/02), o índice de isolamento social medido pela Inloco, a partir de dados de celulares, atingiu a marca de 31,1%. Esse é considerado um dos menores patamares desde 13 de março de 2020, data anterior à implantação das primeiras medidas de restrições de atividades no Brasil.

    2. Taxa de transmissão da Covid-19 tem alta; (Rt) 1,13

    Outro fato que mostra que estamos no pior momento da pandemia de Covid-19 é o aumento na taxa de transmissão. 

    Na terça-feira (02/03), a taxa de transmissão (Rt) no Brasil chegou a 1,13. O levantamento foi realizado pelo Imperial College de Londres, reproduzido pelo jornal O Globo. Para termos uma noção, na semana anterior, o índice estava em 1,02. 

    A taxa de transmissão (Rt) avalia a evolução da pandemia do novo coronavírus nos países. Para compreender melhor sobre este termo, uma taxa acima de 1 indica que cada pessoa transmite a doença para mais de uma pessoa, indicando assim a aceleração do contágio. 

    Dessa maneira, pegando a taxa atual de 1,13, de cada 100 brasileiros que estão infectados, eles conseguem transmitir a doença para 113 pessoas. O Brasil apresenta taxa de transmissão acima de 1 desde dezembro de 2020.

    3. Ocupação de leitos de UTI ficam acima de 90% em dez estados

    A capacidade máxima de ocupação de leitos nas UTIs também gera muitas preocupações para o país, mostrando que estamos no pior momento da pandemia de Covid-19.

    Segundo os dados divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta terça-feira (02/03), 18 estados e o Distrito Federal possuem ocupação de leitos de UTI acima de 80%. Desses, 10 estão com lotação acima de 90%.

    Diante desse quadro, os pesquisadores afirmaram que é necessário a adoção de medidas não farmacológicas mais rigorosas, incluindo a manutenção de todas medidas preventivas, como distanciamento físico, uso de máscaras e higiene das mãos, até que a pandemia seja declarada encerrada.

    4. Governo volta a financiar leitos de UTI

    A volta dos financiamentos de leitos de UTI também deixa claro ser o pior momento da pandemia e a urgência no combate a covid-19. Com os hospitais superlotados em diversos estados, o Ministério da Saúde autorizou o financiamento de 3.201 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivas para os pacientes com a doença. A portaria listou cerca de 150 municípios espalhados em 22 estados e foi publicada em edição extra no Diário Oficial da União (DOU). 

    Até dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde financiou cerca de 60% dos leitos de UTI em todo o país. No entanto, esse número caiu para cerca de 15% este ano, devido ao fim da vigência do estado de calamidade pública, que permitia a transferência de recursos ao estados além do orçamento regular. A volta forte de contágios motivou a decisão de voltar a custear leitos de UTI.

    Ao total, serão desembolsados R$ 153,64 milhões de reais para custear as internações, caso todos os municípios façam a solicitação à pasta.

    A portaria também prevê os repasses retroativos à manutenção de leitos de UTI referentes a janeiro e fevereiro, como forma de ressarcir os estados que, nesses dois meses, tiveram de utilizar exclusivamente recursos próprios para abrir novos leitos de UTI.

    5. Governadores pedem toque de recolher nacional

    Outro fator que mostra que estamos no pior momento da pandemia de covid-19, é em relação ao toque de recolher como medida para frear o contágio.

    Nesta segunda-feira (01/03), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou uma carta aberta à nação, solicitando um maior rigor nas medidas de restrições de atividades não essenciais. 

    Na carta, o Conass pede para haver restrição total de circulação nas regiões onde as ocupações dos leitos da UTIs estiverem acima de 85%, ou que houver uma tendência para o aumento no número de casos e mortes por covid-19.

    Além disso, o conselho também defende; a suspensão das aulas presenciais, a proibição de eventos presenciais, como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e similares em todo o Brasil, bem como; o fechamento de bares e praias, toque de recolher nacional, realizado de segunda a sexta-feira, das 20h às 6h, e durante todos os finais de semana.

    Por fim, o Conass também solicita o “reconhecimento legal do estado de emergência sanitária”, assim como a viabilização de recursos extraordinários para o SUS, e a implementação de um plano nacional de comunicação, para reforçar a importância das medidas de prevenção contra a covid-19.

    Segundo o Conass, tais medidas devem ser acompanhadas da adoção de trabalho remoto e também do aumento da testagem contra o novo coronavírus.

    “Entendemos que o conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um ‘Pacto Nacional pela Vida’, que reúna todos os poderes – a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do país – mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional”, finaliza a carta.

    6. 649 prefeitos têm interesse em consórcio para comprar vacinas

    Para conseguir combater esta doença, os prefeitos estão criando um consórcio para realizar a compra das vacinas contra a covid-19. A vista disso, os representantes de cada município avaliam 3 formas de financiar a aquisição destes imunizantes, sendo eles; por meio dos recursos do governo federal; por meio do financiamento por organismos internacionais ou por doações de investidores privados brasileiros.

    Tal movimento é liderado pela FNP – Frente Nacional de Prefeitos. O movimento já teve a manifestação de interesse de 649 prefeituras, segundo a lista divulgada pela FNP. É esperado que as administrações municipais assinem o termo de intenção do consórcio até nesta sexta-feira (05/03). A previsão é que a associação seja efetivamente instalada até o dia 22 de Março.

    Segundo Jonas Donizette, presidente da FNP, “O consórcio não é para comprar imediatamente, mas para termos segurança jurídica no caso de o PNI não dar conta de suprir toda a população. Nesse caso, os prefeitos já teriam alternativa para isso”. 

    Dessa forma, em caso de falha da PNI (Programa Nacional de Imunização), os municípios poderiam adquirir as doses e receber reembolso do governo federal.

    A decisão dos prefeitos é apoiada pelo Senado. A Medida Provisória (MP) 1.026/21, também conhecida como “a MP das Vacinas”, foi aprovada nesta quarta-feira (02/03). Segundo o texto, estados e municípios poderão comprar vacinas e seus insumos necessários e contratar os serviços necessários, inclusive de vacinas ainda não registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sem licitação.

    São Paulo já está em processo de negociação para que seja possível vacinar todos até o final do ano de 2021

    Edson Aparecido, secretário municipal da Saúde de São Paulo, afirmou ao canal GloboNews que a Prefeitura de São Paulo já está em processo de negociação para comprar de 5 a 6 milhões de vacinas contra Covid-19 do grupo Johnson&Johnson. O município também analisa a compra de vacinas dos laboratórios Pfizer/BioNtech.

    O governador de São Paulo, João Doria, afirmou em reunião com outros governadores que seriam 20 milhões de doses extras da vacina da Pfizer, 20 milhões de doses da vacina russa Sputnik V, e 20 milhões de doses da CoronaVac.

    Desta forma, somariam 60 milhões de imunizantes contra a covid-19, tendo como principal objetivo vacinar toda a população até o final do ano de 2021.

    A Anvisa ainda não liberou o uso da vacina da Johnson&Johnson nem da Sputnik V, mas aprovou registro definitivo para o imunizante da Pfizer/BioNTech.

    7. SP decreta Fase Vermelha em todo o estado

    Por fim, outro fator que mostra que estamos infelizmente no pior momento da pandemia, é referente a adoção da fase vermelha, uma das fases mais restritivas do programa Plano São Paulo.

    Todo o estado de São Paulo entrará em fase vermelha já neste sábado (06/03). A decisão foi motivada principalmente pelo aumento no número de casos, internações na UTIs e nos óbitos por covid-19. O estado ficará 14 dias em fase vermelha, entre os dias 06 a 19 de março.

    Para saber mais, acesse: Fase Vermelha no Estado de SP começa neste sábado (06/03)


    Fonte: InfoMoney

    Confira outros assuntos que possam ser de seu interesse: